segunda-feira, 13 de julho de 2009

Lamechice

Hoje varri da ponta do meu lápis, os temas sérios e pesados… Hoje acordei em Julho de 2009, com um sol ribombante de energia… E na varanda do meu T2, emergiu em mim, uma vontade imensurável de escrever sobre algo radicalmente lamechas: o amor! Mas, não o amor genérico, abstracto, não o idealista, imaginoso, não o sofredor, mártir… Emergiu em mim a vontade de vos escrever; sobre o meu amor. Sobre o meu amor humano, feito com a carne comum dos mortais e os ossos vulgares dos que vivem e morrem…
Mas, à medida que rabisco letras e apinho esta folha, a palavra lamechas confunde-me … Não quero escrever sobre algo lamechas. Não eu!!! Eu não sou lamechas.
Decidi então escrever-vos, sobre algo que norteia o meu acordar e mais tarde me apazigua e acalenta no leito: o meu amor.
Todos procuramos o idealista, o imaginoso… Incessantemente… Todos os dias… É este sentimento que nos levanta da cama, nos maquilha, nos escolhe a roupa, que nos faz sair para a rua e pensar que talvez hoje encontremos a quem nos dar e que nos faça receber…
Pois, eu também amo….
A minha busca levou-me a ideologia, e trouxe-me a carne.
Amo, mas anonimamente, para que ninguém perceba… Não quero ser incluída no grupo de mulheres lamechas, cujo tesouro mais precioso dos seus dias, é o amor de um homem. Não eu!!! Não a independente e austera Patrícia Atilano.
Mas, o certo é que ele existe… Discreto na bancada a cada jogo, para que ninguém perceba, que a soberana treinadora tem um amor… Mas, ele está sempre lá… O jogo termina, e o homem anónimo sai da bancada, sem esperar pela amada e a acompanhar a casa… Não!!! Porque, aquela não lhe pertence! Aquela é do clube, da equipa, dos adeptos… A sua chegará a casa, transluzindo alegria pela vitória… e não se cala, relatando energicamente os feitos do jogo… Ou então, entra em casa de braços em baixo, com a pesada dor da derrota… e novamente não se cala, procurando o que correu mal… E ele, sempre lá, para a ouvir e acalentar… Às vezes, ela não quer falar sobre o jogo, e aninha-se a um canto, introspectiva, sozinha… Ele respeita-lhe o silêncio…
Este é o verdadeiro amor: presente, altruísta, talvez um pouco lamechas…
Depois de 7 anos juntos, eis que a vida coloca este sentimento de camaradagem à prova, e quebra este laço, que aos olhos dos outros parecia perfeito e inquebrável…
O tempo não parou… E na orla do movimento dos ponteiros do relógio, a distância junta-nos novamente para nos contar uma história… Disse-nos a distância que afinal o nosso amor é lamechas, porque é intemporal, porque é dos livros de histórias dos contos de fadas…
E acreditem, não há nada mais mágico, do que nos voltarmos a apaixonar, por quem amamos durante 7 anos.
É a primeira vez, que falo publicamente sobre o meu amor. Mas, aqui na varanda do meu T2, descobri que sou lamechas, que o que sinto é lamechas, transportando-me para um grupo ao qual temia pertencer, mas, estou feliz que assim seja.
A treinadora, a mulher, a esposa… Todas te pertencem, com uma devoção mitológica, porque és o Zeus do meu dia, a Fénix das minhas manhãs… O Norte da minha bússola… E alguém que me faz dizer publicamente, este rol de coisas incrivelmente lamechas, só pode ser o homem da minha vida.
A partir de agora, podem chamar-me lamechas, que importa…. Eu tenho o que muitos procuram… Tenho-te a ti… E pela primeira vez publicamente: Amo-te.

3 comentários:

  1. Bem...

    No mínimo, fantástico texto, e no mínimo, também, explosivamente lamechas... Uma junção.. diria... Quase perfeita Srª Treinadora. :)

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  2. Pois pois... eu a saber que tu não contavas comigo aqui! Apanhei-te! Apanhei-te por que te sigo e por que sei que buscas o teu caminho. Nem sempre é fácil admitir quem somos e do que dependemos e tu estás no bom caminho. Dizer amo-te não deveria ser tão difícil a menos que...

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  3. Lindo...Brilhante...e acima de tudo Real...

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