sábado, 25 de julho de 2009

Vicissitudes

Às vezes paro para pensar no inicio da minha carreira…
Nunca tinha jogado basket… Tinha praticado voleibol, e este novo desafio tinha tanto de novidade como de assustador.
Todos achavam graça à dedicação da menina, que pouco ou nada sabia de basquetebol, mas, era contagiante a determinação com que buscava a aprendizagem, com que diligenciava a essência deste mundo desconhecido, desta coisa do basquetebol. Poucos questionavam o meu trabalho e desempenho, enfatizando sempre a vontade de evoluir e aprender. Muitos eram os que me amavam, poucos os que me odiavam…
10 anos passaram…
Hoje, sinto o equilíbrio como nota dominante, entre os que me amam e os que me odeiam…
Depois de muita aprendizagem, muitos cursos, clinic’s, acções de formação, erros traduzidos em experiência…
Não encontro comparação com a miúda vinda do voleibol. Sou hoje, uma treinadora muito mais completa. Os títulos apareceram, para solidificar e comprovar essa evolução. No entanto, apareceram as críticas, e muitas… Muitos são agora os que põem em causa o meu trabalho, as minhas opções… Muitas vezes, os mesmos que admiravam a ingénua menina.
Sinto que está para breve, o momento em que os que me odeiam suplantarão os que me amam. Aí, sorrirei!!! Nessa altura, serei uma figura de relevo no desporto nacional.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Carta para o céu

Tinha 16 anos... A fatídica notícia chagava... A morte da minha avó. A morte do meu ídolo. A minha ciganinha, como lhe chamava, depois de resistir heroicamente 10 anos a uma hepatite b, sucumbia numa cama de hospital... E eu recebi a notícia em primeira mão... Eu tratei de tudo no hospital, iluminada por uma maturidade que desconhecia em mim... Ela não queria uma capela mortuária, sempre mo disse... queria ser velada em sua casa. Assim foi... dei instruções para que assim fosse. Tinha apenas 16 anos... Mas até o velório da minha ciganinha foi liderado por mim... Já em casa, e com os adultos a assumirem o comando do funeral, chegou a altura de escrever no cartão do meu ramo de flores uma mensagem, aqui vos deixo a que escrevi. Este é o meu blog, e embora sendo triste, não podia passar sem deixar uma homenagem ao meu maior ídolo, a minha avó e madrinha, que vive dentro de mim, embora a sua voz e o seu rosto, se diluam na minha traiçoeira memória...

Carta para o céu

Avó:
Lembro-me bem dos teus olhos,
Sempre tão doces e meigos,
Postos em mim.
Abrigada no teu regaço
Fixava teus lábios
Que começavam:
«Era uma vez...»
Mais uma história,
Mais um Improviso.
Nunca foste à escola!
Onde apredeste essas histórias?
Onde aprendeste a inventá-las?
Agora choro-te
E lembro-te,
Adormecida na fúnebre sala de visitas.
Esperava-te acordar,
Para me contares mais uma história...
Mas não acordaste.
Não mais ouvi teus lábios:
«Era uma vez uma princesa,
De um reino Longínquo.»
Choro lágrimas de silêncio.
Até breve.

Da tua neta

Dissecação

Paredes do meu quarto,
Se vós falásseis...
Em vós tatuei
Os medos qie me dilaceram.
Revesti-vos com as minhas fúrias,
As minhas paixões...
Todos os dias de sol
Que nunca raiaram,
Cada gota de orvalho
Em que não acreditei...
Paredes do meu quarto,
se vós falasseis,
Diríeis que também choro.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Cabra adversária

Parei para olhar o meu embrionário blog… “Atrás de um nome”… Quando o criei, pensei em publicar algumas das coisas que rabisco, e dar a conhecer a mulher por trás da treinadora… E olhando para o meu embrionário blog, os meus olhos centraram-se nas duas últimas publicações… Uma declaração de amor lamechas e um poema!!!
Não é que a arrogante treinadora também ama? Como é possível, aquela prepotente ter alguém com quem partilhar amor? Escrever poesia??!! Isso demonstra sensibilidade, nada que aquela presunçosa demonstre…
Pois é caros leitores, principalmente, caros leitores adeptos, a mulher que por vezes insultam da bancada, tem família, amigos e acima de tudo, sentimentos… E por muito que a carreira avance, e a experiência nos impermeabilize ao que ouvimos da bancada, tudo vai para casa connosco. Lembrem-se que no meio de vós, estão familiares e amigos da “ pi…pi…pi…”, a quem muito dói ouvir tais despautérios… Lembrem-se, que por baixo do equipamento do clube, e da imagem implacável da treinadora, se esconde uma mulher! Que ouve, que sente e que muitas vezes sofre com os vossos agravos. A vossa liberdade verbal, não vos dá o direito de entrar nas vidas dos outros… Ela não se volta para a bancada e vos retribui os agravos, pouco elogiosos.
Como treinadora da equipa adversária, a minha função é vencer-vos! Pagam-me para isso! Eu gosto disso! Trabalho para isso! É o meu dever, função e obrigação.
Serei por isso, tudo aquilo o que me insultam?
E se um dia os vossos filhos, maridos, esposas… forem treinadores?! E vocês na bancada, a assistir ao jogo e ouvirem direccionado a eles, o que muitas vezes direccionastes a mim?!
É a perspectiva que tudo muda.
Concentrem-se na magia do apoio à vossa equipa, no incentivo, na beleza do desporto, na sincronia dos movimentos e o auge dos cestos… e deixem a cabra do outro lado fazer o trabalho dela!

terça-feira, 14 de julho de 2009

Elocução

Moro dentro dos meus versos,
Por cobardia.
Temo não ter olhos nem mãos de poeta,
Temo não ser o retrato fiel
De uma virgula.
As minhas letras
São o meu rosto,
E só respiro o que o lápis
Me permite.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Lamechice

Hoje varri da ponta do meu lápis, os temas sérios e pesados… Hoje acordei em Julho de 2009, com um sol ribombante de energia… E na varanda do meu T2, emergiu em mim, uma vontade imensurável de escrever sobre algo radicalmente lamechas: o amor! Mas, não o amor genérico, abstracto, não o idealista, imaginoso, não o sofredor, mártir… Emergiu em mim a vontade de vos escrever; sobre o meu amor. Sobre o meu amor humano, feito com a carne comum dos mortais e os ossos vulgares dos que vivem e morrem…
Mas, à medida que rabisco letras e apinho esta folha, a palavra lamechas confunde-me … Não quero escrever sobre algo lamechas. Não eu!!! Eu não sou lamechas.
Decidi então escrever-vos, sobre algo que norteia o meu acordar e mais tarde me apazigua e acalenta no leito: o meu amor.
Todos procuramos o idealista, o imaginoso… Incessantemente… Todos os dias… É este sentimento que nos levanta da cama, nos maquilha, nos escolhe a roupa, que nos faz sair para a rua e pensar que talvez hoje encontremos a quem nos dar e que nos faça receber…
Pois, eu também amo….
A minha busca levou-me a ideologia, e trouxe-me a carne.
Amo, mas anonimamente, para que ninguém perceba… Não quero ser incluída no grupo de mulheres lamechas, cujo tesouro mais precioso dos seus dias, é o amor de um homem. Não eu!!! Não a independente e austera Patrícia Atilano.
Mas, o certo é que ele existe… Discreto na bancada a cada jogo, para que ninguém perceba, que a soberana treinadora tem um amor… Mas, ele está sempre lá… O jogo termina, e o homem anónimo sai da bancada, sem esperar pela amada e a acompanhar a casa… Não!!! Porque, aquela não lhe pertence! Aquela é do clube, da equipa, dos adeptos… A sua chegará a casa, transluzindo alegria pela vitória… e não se cala, relatando energicamente os feitos do jogo… Ou então, entra em casa de braços em baixo, com a pesada dor da derrota… e novamente não se cala, procurando o que correu mal… E ele, sempre lá, para a ouvir e acalentar… Às vezes, ela não quer falar sobre o jogo, e aninha-se a um canto, introspectiva, sozinha… Ele respeita-lhe o silêncio…
Este é o verdadeiro amor: presente, altruísta, talvez um pouco lamechas…
Depois de 7 anos juntos, eis que a vida coloca este sentimento de camaradagem à prova, e quebra este laço, que aos olhos dos outros parecia perfeito e inquebrável…
O tempo não parou… E na orla do movimento dos ponteiros do relógio, a distância junta-nos novamente para nos contar uma história… Disse-nos a distância que afinal o nosso amor é lamechas, porque é intemporal, porque é dos livros de histórias dos contos de fadas…
E acreditem, não há nada mais mágico, do que nos voltarmos a apaixonar, por quem amamos durante 7 anos.
É a primeira vez, que falo publicamente sobre o meu amor. Mas, aqui na varanda do meu T2, descobri que sou lamechas, que o que sinto é lamechas, transportando-me para um grupo ao qual temia pertencer, mas, estou feliz que assim seja.
A treinadora, a mulher, a esposa… Todas te pertencem, com uma devoção mitológica, porque és o Zeus do meu dia, a Fénix das minhas manhãs… O Norte da minha bússola… E alguém que me faz dizer publicamente, este rol de coisas incrivelmente lamechas, só pode ser o homem da minha vida.
A partir de agora, podem chamar-me lamechas, que importa…. Eu tenho o que muitos procuram… Tenho-te a ti… E pela primeira vez publicamente: Amo-te.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Esta é a história de uma treinadora, que com 28 anos já atingiu alguns sucessos, mas que sai de 2 épocas onde a glória não imperou. Mas, esta é sobretudo a história de uma treinadora, que no mundo do desporto, tem um óbice curricular, esta é a história de uma treinadora que é mulher.
O que me leva a parar para escrever sobre a condição de ser mulher? Porque não para rabiscar um novo modelo defensivo, ou uma série de esquemas tácticos ofensivos, como todos os treinadores? Porque não escrevo documentos com campos de basquetebol, com defesas e atacantes, que possam ajudar colegas nas suas equipas, aplicando-os e imortalizando, aquilo em que acredito enquanto treinadora?
A resposta é simples. Porque por muito que evolua como treinadora, por muito melhor que me encontre a cada época, eu continuo a ser mulher. Essa é a primeira imagem que crio, e logo a maior barreira!

In: "História de uma treinadora que é mulher."

Onde estais, que não vos reconheço

Mais uma época que teima arrastar-se numa orla de jornadas, que para nós, apenas servem porque estão definidas no calendário.
Já longe dos objectivos de competição, tão longe que nem nos lembramos, tão longe que nem parecem ter sido traçados para nós. Só nos resta o épico lema de jogar pela honra, pela nossa honra e do pesado emblema que carregamos. É aqui que me perco… Como é que uma equipa tão habituada a vencer, talhada para os momentos de glória… Uma equipa que já foi o espelho de exemplo, a cobiça de todos os que acreditam que o todo se sobrepõe às partes… O sonho de muitas atletas e ambição de inúmeros treinadores… Como é que uma equipa, que sempre foi a simbiose perfeita entre a qualidade e a psicopedagogia inquebrável, tendo como consequência os tão ambicionados títulos… Uma equipa que esteve no palco da ribalta, nos flashes dos fotógrafos, nos gravadores dos jornalistas, na mira do sucesso… Como é que esta equipa não consegue, longe dos objectivos desportivos, lutar em campo pelo que tem de mais nobre, de mais seu: a sua honra!

In: "História de uma treinadora que é mulher" - Talvez publicado um dia...

Selva fálica...

Mais uma vez, os meus dedos debruam as palavras: Discriminação sexual. Escrevo, não só porque me fere de morte, mas essencialmente porque existe. Incontornavelmente, a cada esquina, os seus dedos provocatórios emergem... Mordazes!!!Ser mulher no mundo do desporto, deixa muitas vezes de ser um desafio, intelectualmente estimulante... Hoje parece-me um acto de sobrevivência! Uma selva felina e uma pobre lebre...Jantar de natal. A selva reunida em amena confraternização. Lá no meio, a lebre! Na apresentação, todos os felinos tinham nome, profissão, cargo... " Ali, a Patrícia, bem, a nossa menina..." Não! Não sou um adorno reluzente na tabula redonda!Talvez não tenha um carácter propositado... Talvez não seja a sua intenção... Mas este sexismo existe a cada movimento.Não sinto a mesma atenção pelas minhas ideias e projectos, que muitas das barbaridades dos felinos.Pobre lebre, deixem-na correr... Podíamos matá-la e comê-la. Mas, não temos fome e a sua corrida desnorteada não incomoda ninguém. Deixemo-la brincar. Tonta lebre, tão jovem e crédula, acha que um dia será um leão!!!

A cadeira atrás do banco...

Era uma cadeira branca, de plástico, totalmente sem graça...O tempo tinha passado para ela de uma forma incontornável. Uma das pernas estava ligeiramente quebrada... não se sabia quantas pessoa suportaria ela mais no seu colo, na sua invalidez. Parecia Cansada... Perguntei num tom de submissão, se não havia uma daquelas almofadadas, onde se sentavam os treinadores... Mas essas não eram para mim!Colocada atrás do banco, do imponente banco principal, era quase imperceptível, ofuscada pelo brilho imperial do seu rival, onde se sentavam as estrelas, na verdade, ninguém repararia nela...Por isso a haviam destinado para mim, porque éramos uma simbiose perfeita do que pretendiam. A sua insignificância condizia com a minha condição. Juntas passaríamos o jogo e ninguém repararia em nós.Sinto, sem saber explicar, que não nasci para a plateia, muito menos para a débil cadeira, escondida atrás do banco principal. O meu lugar é no palco! Talvez ainda não esteja preparada para ele, talvez não passe de um sonho de menina, talvez não seja ainda o momento... Mas na humilde cadeira não me sentei!Enganam-se os que pensam que isto me enfraquece.No meu último espectáculo com apresentação nacional, eu estava lá, sentada no banco brilhante, no lugar principal. Os homens das patentes, carregados de divisas, caminhavam na minha direcção, e eu estava lá, no grande banco almofadado, com um brilho estrelar. Passaram por mim, indiferentes, dirigiram-se para o meu lado, para a modesta cadeira onde se sentava o meu adjunto, provavelmente pensando, o que faria aquela miúda no banco almofadado, pois onde havia um homem, o comando nunca poderia ser de uma mulher.Sei que um dia deixarei esta plateia anónima, onde não pertenço, e nesse dia, sei que vestirei uma saia, o símbolo da submissão. Não será um gesto provocatório, mas um grito vencedor!!! A saia subirá ao palco e eu irei dentro dela.Em breve não baterei mais palmas, eu e a saia no banco almofadado agradeceremos a presença de todos.

Do banco de uma mulher

14 de Outubro de 2007, Domingo. Hoje decidi que passaria para esta folha de papel os resquícios emocionais de uma treinadora em início de carreira, talvez não sejam resquícios, talvez não os consiga dissecar a esse ponto! Talvez nesta folha de papel fique toda a minha alma.Não sei porque escrevo, não tenho nenhuma linha ideológica, não cuido a linguagem, não construo gramaticalmente as frases... Escrevo simplesmente com as palavras que afluem na minha mente, debruadas com sentimentos não visíveis das bancadas... Escreve a treinadora, mas mais do que isso, escreve quem dentro dela mora.Hoje o dia é primaveril, apesar de Outubro já se arrastar pela metade, contudo, para mim o sol não brilhou...Tenho o semblante carregado e os braços apenas se levantaram para recortar esta folha, ao ritmo do meu desalento.Jogo de juniores em Ponte de Lima! A equipa campeã, no seu segundo jogo, desloca-se a um campo difícil, onde todos pensariam que as locais venderiam cara a derrota.Engano!!!As campeãs em título nem conseguiram vender cara a derrota!!!Resultado avassalador!!! 51 pontos de diferença, com apenas 17 marcados. Por certo deixará marcas...Sinto os dedos virarem-se para mim, ameaçadores.Raramente senti reconhecimento pelo meu trabalho, nem sequer pelo meu esforço. Enganem-se os que pensam que ele não é importante para mim.De repente um título nacional faz-me despontar por entre as brumas, para um palco semi-mediático. Não sei se o reconheceram, mas pelo menos viram que estava lá. Imaginei uma época com diferentes olhares, onde o reconhecimento imperaria. Esta seria uma época em que se notaria que estava lá.Mais uma vez, Engano!!!Em todos os sectores esfumou-se o brilho fulgurante de um passado recente. Nem aqueles que ao meu lado ergueram o ceptro, me tocam ao de leve, com os seus dedos reconfortantes nas minhas costas carregadas. Eles que faziam parte de mim, parte integrante do meu sucesso. Dos poucos de quem sentia um reconhecimento Naif do que fazia. Para eles deixei de fazer parte do sonho, colocando-me num túmulo distante.Apenas a equipa recorda os dias áureos em que fomos importantes, e penso, embora não tenha a certeza, que viverão à sua sombra durante algum tempo, sem se aperceberem que aos intransigentes olhos dos outros, isso nada vale.Por hoje, aqui jaz a minha alma, esperando uma mudança meteorológica.

Encontro

Os raios de sol dilaceram a janela do meu quarto… É manhã!!! Não uma manhã qualquer… É a manhã, do dia porque tanto tenho esperado…A manhã que planei minuciosamente nos últimos meses. Era o dia do encontro! O mais ansiado encontro...
O acordar de hoje não era preguiçoso. Havia em mim uma vontade inexplicável de apressar os preparativos. Mas não, não os aprecei. Queria degusta-los paulatinamente, como preliminares relaxantes para o grande momento.
Levantei-me, lavei os dentes, tomei um banho, o aroma do gel de banho era hoje mais intenso, embora não tivesse mudado a sua marca. Sentia-o percorrer o meu corpo, inundar-me com sua fragrância… O shampoo tornava mais dóceis os meus cabelos… Espalhei creme hidratante pelo corpo, queria a pele suave para o grande momento… Escolhi a roupa. Não podia ser uma roupa qualquer… Não queria que fosse demasiado simples, pois o dia era nobre, mas não podia ofuscar-me atrás das lantejoulas e cores garridas…
O pequeno-almoço era digno da realeza… Não importa que fossem o leite com café e as torradas de sempre… Não importa… Porque hoje estava especial!
Maquilhagem simples, para que o brilho do meu olhar, não fosse fabricado…Não precisava, porque ele transbordava os limites dos meus olhos e percorria todo a meu corpo… Não precisava, porque ele vinha de onde o rímel não chega… Não precisava, porque ele vinha da minha alma…
Um toque de perfume… Ao de leve… Para que não fosse perceptível que o estava a usar… Para que te confundisse o olfacto…
Estava pronta!!!
Dirigi-me à porta…
Era o grande encontro da minha vida… Queria estar perfeita… Voltei atrás, ultimo exame frente ao espalho… Sim, iria impressionar-te!
Era tão importante para mim, que gostasses… Que sentisses o quanto ainda tenho para te dar… Passamos um momento difícil, mas sabemos que nada nos irá separar, que não há força que vença o que nos une…. Que esta união supera todas as pedras no caminho, que salta todas as barreiras… É este sentimento imortalmente feroz que nos reúne de novo.
Quando marcas-te este encontro, senti novamente vida dentro de mim… Secaram-se as lágrimas que embaciavam o meu olhar…
Eu estou pronta para ti…
De novo junto à porta, abri-a sem hesitar… Sabia que lá fora me esperavas para me abraçar... De novo junto à porta, abri-a sem hesitar, e corri para o encontro da minha vida…
Corri para me encontrar comigo.